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quinta-feira, março 28, 2024

Ufologia

Operação Prato – Parte 1

8 de abril de 2018

Operação Prato – Parte 1

 

Para muitos pesquisadores e amantes do mistério, a operação prato é o caso mais incrível e de maior importância na história da ufologia. Diversos sites que desvendam farsas e montagens, por exemplo, respeitam as informações, aparentemente incontestáveis, que essa operação veio a revelar. De inicio simples, a ocorrência foi ganhando respaldo e força dos canais oficiais do governo brasileiro, até se tornar uma missão militar. Para mim, a Operação Prato está na estante dos casos de alta seriedade e complexidade. Pois, quanto mais se estudou e investigou, suas bases somente se fortaleceram. Justo é destacar a ação história realizada por ufológos, hoje da Revista UFO, Gevaerd e Marcos Petit, os quais acompanho e admiro o trabalho desde minha adolescência. A iniciativa dos mesmos criaram um dos maiores registros do tema da Ufologia mundial. Na minha avaliação, o caso supera qualquer outro, seja de Roswell, Varginha, Tunguska, etc.

Mas, vamos ao nosso estudo:

A fonte da wikipédia apresent aum vasto texto sobre o tema:

“Operação Prato é o codinome de uma operação militar realizada pelo 1° Comando Aéreo Regional – I COMAR, órgão da Força Aérea Brasileira sediado em Belém, capital do Pará, para investigar o aparecimento e movimentação dos chamados objetos voadores não identificados – OVNIs, em áreas dos municípios de Vigia, Colares e Santo Antônio do Tauá. Esses objetos receberam nos registros militares a alcunha de corpos luminosos e estavam associados a estranhos fenômenos relatados por moradores e autoridades, amplamente noticiados pela imprensa, que reportavam ataques a população pelos objetos através do uso de raios luminosos que supostamente causavam na vítima queimadura, perda de sangue, marcas de agulhas e até a morte, além de uma série de sintomas clínicos como paralisia e tremores. O fenômeno ficou conhecido pelo nome de chupa-chupa. Entre os meses de outubro e dezembro de 1977 foram realizadas duas missões pelos agentes de inteligência do serviço de informações e por uma equipe médica militar do I COMAR. A operação teria sido encerrada oficialmente no final de dezembro de 1977, mas documentos oficiais indicam que outras missões com objetivo específico relacionadas a investigação de OVNIs foram realizadas durante o ano de 1978.

Há um destaque pouquissimo considerado em outras fontes sobre o tema. O fenômeno não era tão localizado como se pensa:

“A Operação Prato surgiu dentro de um contexto mais amplo, onde uma grande onda de observações de OVNIs estava sendo relatada desde a Baixada Maranhense até a divisa com o estado do Pará, na região do Rio Gurupi e a cidade paraense de Viseu. A onda percorreu o litoral do Pará, chegando em outubro a Baia do Marajó e a capital Belém. Durante o deslocamento do fenômeno OVNI, houve ampla cobertura da imprensa, do rádio e da televisão, que divulgaram histórias de encontros traumáticos desses objetos com habitantes de vilas e povoados, que causaram enorme terror entre as populações locais. O epicentro da onda ufológica está relacionado a um estranho incidente com alguns pescadores em fins de abril de 1977, na Ilha dos Caranguejos no Maranhão, com uma vítima fatal e outro gravemente ferido. Essa onda surgida no Maranhão, também foi acompanhada por outro serviço militar de informações subordinado ao 4.º Distrito Naval da Marinha do Brasil, que produziu informes de inteligência sem que tenha sido montada uma operação militar específica de investigação do fenômeno. Também se envolveram nas investigações o extinto Serviço Nacional de Informações – SNI[7] e o Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica – CISA”.

Ou seja, como falado anteriormente, uma situação sem precendentes na história do país. Algo que terminou por provocar a inércia do estado, levando a participação das grandes instituições da Defesa Nacional.

O texto continua mostrando como a informação seguiu em frente:

“Documentos oficiais, jornais da época e documentos militares vazados são os principais registros do período. O acervo oficial é composto por documentos liberados pela FAB e documentos do SNI liberados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, todos sob guarda do Arquivo Nacional em Brasília. Os documentos e imagens vazados não chancelados oficialmente estão uma parte sob guarda da Revista UFO (relatórios, desenhos, croquis), outra pelo site Burn (fotos e fotogramas) e outra pelo site operacaoprato.com (relatório médico, informes da Marinha). Existem outras fontes de apoio à análise da documentação disponível, principalmente entrevistas dadas por militares envolvidos diretamente no trabalho de campo e civis envolvidos nos eventos relatados, publicadas em livros ou periódicos”.

Chamo a atenção para mais uma caractéristicas ímpar do Caso “operação prato”. Ao longo dos anos e décadas, as novidades que foram surgindo não foram procedentes de boatos, e sim, de novos e ricos documentos oficiais que foram sendo revelados, achados e até liberados pela própria aeronática brasileira.

Mas, o que ocorreu? Tudo começou assim:

No dia 25 de abril de 1977, quatro homens se dirigiram a Ilha dos Caranguejos de barco, para a coleta de madeira. Após a coleta, por força das marés, precisariam esperar até a meia-noite para que a maré subisse novamente e o barco conseguisse navegar. Por volta das 20h foram dormir. Um deles, Apolinário, acordou às 5h e logo foi acudir Auleriano e Firmino, ambos reclamando de dor. Apresentavam queimaduras de segundo grau. O quarto homem, José, deitado na rede, estava morto. Apolinário levou-os para o continente. A polícia maranhense investigou o caso e nunca chegou a uma conclusão. Os três sobreviventes nunca lembraram dos acontecimentos daquela madrugada, mesmo após hipnose regressiva pelo doutor Sílvio Lago. A única referência do causador da tragédia foi atribuída a um dos sobreviventes que teria dito a um dos médicos do hospital no qual foi atendido que “viu um fogo”, desmaiando em seguida.

O Instituto Médico Legal do Maranhão determinou a morte de José por hipertensão arterial, gerando um acidente vascular cerebral, devido a choque emocional. Os ferimentos de Firmino e Auleriano foram comprovados em corpo de delito.

A imprensa maranhense rapidamente noticiou a tragédia. O Jornal Pequeno em 29 de abril de 1977 noticiou: “Misterioso Acontecimento na Ilha dos Caranguejos”. O Estado do Maranhão em 1 de maio:”Sobreviventes do mistério da ilha dos Caranguejos estão incomunicáveis”. O mesmo jornal em dias posteriores continuou a dar cobertura ao caso.

O jornal O Liberal de Belém, Pará, associou o caso às estranhas luzes voadoras não identificadas sobre municípios do Maranhão. Registrou também que os noticiários de televisão da capital São Luís divulgavam as ocorrências das estranhas luzes em Cajapió. E mais, conta uma história detalhada sobre o que ocorreu no barco, sobre uma luz brilhante que invadiu o porão da embarcação, vinda de um “objeto volumoso e pesado”, contrastando com os depoimentos conhecidos dos sobreviventes de que nada lembram dos acontecimentos daquela noite.
Até aqui o principal combustível foi o sensacionalismo feito pela imprensa local. Ou seja, algo havia acontecido de inexplicável, mas estavam fazendo uma caricatura do fato real.
Duas hipóteses surgiram na época para explicar o caso: algum tipo de descarga elétrica de fenômeno atmosférico, como um raio, defendido por médicos e policiais ou a ação mortal das luzes voadoras, os famosos discos voadores.

Então, agora, temos a noticia de discos voadores, sem base no relato das testemunhas, ganhando força na população devido a capacidade de formação de opiniões do jornal local. Vamos em frente…

O jornal O Estado do Maranhão em 14 de julho de 1977 noticiou encontros com estranhas luzes voadoras relatados pela população da Baixada Maranhense, microrregião com 21 municípios, geograficamente próxima à ilha dos Caranguejos. No município de São Bento, um lavrador viu um misterioso objeto que de tão luminoso caiu do cavalo e desmaiou. Na fazenda Ariquipa, um homem foi queimado por uma tocha vinda de uma grande bola. Em Bom Jardim, uma mulher teria sido atingida por um raio emitido por uma bola de fogo e desmaiou, sem queimaduras.

No município de Pinheiro uma viatura policial foi perseguida por um OVNI que emitiu sinais luminosos, interpretados como uma tentativa de comunicação. No município de São Vicente Ferrer, o delegado teria sacado um revólver para atirar num OVNI sobre sua residência, mas a forte luz emitida o impediu.

Na capital federal, o Jornal de Brasília, em 30 de julho de 1977, trazia informações, dando conta da extensa área geográfica onde haviam sido observadas luzes no céu. Habitantes dos municípios de Perimirim, São Bento, Santa Helena, Pinheiro, Guimarães e Bequimão na Baixada Maranhense sofriam crises nervosas. O líder do Governo na Assembleia Legislativa, conta que ele e mais cem pessoas teriam visto um ponto de luz irradiando focos de luz no Porto de Itaúna e que os “lavradores temem também ser vítimas da luz que queima e adoece a quem ela atinge”. O deputado estadual, porém, alertou não haver registro de queimaduras. A notícia finalizou com uma estimativa grandiosa do Coordenador de Segurança do Estado: 50% da população da Baixada Maranhense já teria visto o “estranho objeto”.

 

Imaginam agora o impacto social na época? Porém, para minha análise imparcial ainda não considero essas informações importantes. Me prendo muito ao inicio, as testemunhas e seu relato(ou a ausência dele). O que saía nos jornais me parece sempre como uma cascata de informações cada vez mais sendo preenchida de floreios e emoções sobre o caso inicial. Continuemos.

O município de Viseu no Pará, localiza-se às margens do Rio Gurupi, fronteira natural entre os estados do Pará e Maranhão.

A imprensa também registra nesse município o aparecimento de luzes no céu e supostos ataques com raios à população, além da presença de uma entidade capaz de sugar sangue de suas vítimas. O período temporal das notícias no Pará coincide com o das publicadas no Maranhão. Em 10 de julho de 1977, várias histórias foram publicadas sobre a “lanterna com luz forte” que rondava os arredores de Viseu, como Curupati, Urumajó e Itaçu; por exemplo, a de dois moradores mortos após serem chupados por uma luz voadora, mas o delegado e um deputado esclareciam que ninguém sabia informar a identidade das vítimas.

Aqui o que me chama a atenção é o fato de relatos ocorridos em áreas bem distantes entre si descreverem situação bastante semelhantes. Mas, tem que ser considerada a palvra das autoridades da época que tentavam manter a dimensão real dos fatos, ao meu ver.

Em 11 de julho de 1977, uma extensa matéria é publicada com diversas histórias. Na Vila do Piriá, a 14 km de Viseu, “a luz do Diabo” causou uma doença num morador, acabando com sua vitalidade. Informava que dezenas de caboclos do lugar haviam vivido aventuras com a luz voadora. Na Vila do Itaçu, 15 km de Viseu, ninguém havia visto a luz, mas todos acreditavam. Em Viseu, um menino de nove anos teria sido envolvido por uma luz amarela que depois subiu ao céu em velocidade vertiginosa, tendo ficado acamado por três dias com tremores e febre. Dois pescadores teriam visto um “tamborão” luminoso e voador se aproximar da canoa onde estavam. Um caçador teria sido atingido pela luz em seu braço, dizendo que ela parecia furar sua carne e osso “e sentiu que toda a sua vitalidade estava sendo sugada”.

Entre o município de Viseu e a Baía do Marajó temos uma extensa faixa de litoral, pelo qual as luzes voadoras foram deixando rastros. Antes de chegar à Baía, há registros de observações e ataques de raios de luz em vários municípios, como Quatipuru e Maracanã, situados no Pará.

Em 18 de outubro de 1977, a população do município de Vigia, 99 km de Belém, presenciou às 18h45min o ostensivo surgimento de objetos cruzando o céu, causadores, aparentemente, de um apagão de energia elétrica. O prefeito relata ter ouvido rumores nas ruas “dando conta que um objeto estranho cruzava os céus em espantosa velocidade e lançando uma luz amarela. Como já tivesse ouvido falar na aparição desses objetos, correu até a janela de sua casa, divisando então a olho nu quando um subia da Ilha de Tapará, que fica localizada por trás da cidade, sem ruídos e sem deixar rastros tomava rumo do povoado de Santo Antônio de Ubintuba”. A reportagem de 20 de outubro de 1977 do jornal A Província do Pará sobre objetos sobrevoando Vigia e sobre o desespero reinante no povoado de Santo Antônio do Ubintuba (“Ubintuba pode ser abandonada”), acrescida da manifestação do prefeito claramente a favor da ajuda militar, coloca em cena o Primeiro Comando Aéreo Regional, o I COMAR, órgão da Força Aérea Brasileira, sediado em Belém.

No parágrafo anterior, vemos, então, a primeira ocorrência de uma manifestação oficial, por parte do prefeito, não em minimizar o fato ocorrido, mas, de confirma-lo e tomar alguma providência. A situação agora ganhava força para ser tratada como responsabilidade pública. Na prática, somente lembro de ter visto algo igual até hoje na ocorrência de desastres naturais de grande sproporções sociais, como enchentes, por exemplo.

Registros de Observações de OVNI – I COMAR, 1979.
O acervo documental da Operação Prato é composto por documentos oficiais liberados pela Força Aérea Brasileira – FAB, documentos do Serviço Nacional de Informações – SNI liberados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República – GSI, todos sob guarda do Arquivo Nacional, e centenas de páginas de documentos, como relatórios e imagens fotográficas, vazadas ao público principalmente nas décadas de 80 e 90 do século passado e mais recentemente em 2017. O primeiro documento vazado foi publicado pela revista UFO Documento em setembro de 1991. Essas páginas hoje são identificadas como o relatório da Primeira Missão, realizada entre 20/10 a 11/11/77. A FAB abriu uma investigação, chegando a atribuir ao sargento Flávio Costa, um agente de informações do I COMAR, que participou ativamente da operação e que estava na reserva desde 1984, a responsabilidade pelo vazamento. Outra grande quantidade de documentos, entre relatórios, croquis e desenhos foram vazados nos anos seguintes por Ademar José Gevaerd, chairman da Revista UFO. Em 2017 o site BURN publicou uma coleção de fotografias e fotogramas de filmes Super-8 feitos pelos militares e pela imprensa paraense e o site operacaoprato.com divulgou outros documentos inéditos como o relatório médico militar da Operação Prato e documentos do 4.º Distrito Naval da Marinha.

Em 2004, uma campanha pela liberação de informações sobre objetos voadores não identificados recolheu milhares de assinaturas, capitaneada pela Comissão Brasileira de Ufólogos – CBU.
Lembro dessa campanha. Saiu na tv, mostrando o empenho dos ufologos e a receptividade da Aeronática. Soube posteriormente que, infelizmente, essa diversidade de fontes de vazamento serviu mais para dividir do que unir os grupos ufológicos nacionais. Divisão essa que persistiria até hoje por discussões éticas, creio eu.

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