Portas para a 4º Dimensão
Todo ano desaparecem, no mundo, centenas de milhares de pessoas: criminosos mergulhando no submundo das grandes metrópoles, homens e mulheres cansados da vida, crianças que fogem de casa, gente solitária que se retira de seu meio social para viver sozinha. Também desaparecem pessoas que sofrem acidentes e
morrem, sem que ninguem nunca reclame seus corpos nos hospitais, delegacias e necrotérios.
Mas há casos que não cabem nesses padrões normais; casos cercados por um manto de mistérios. Por exemplo, desaparece de repente uma mulher, mãe de dois filhos, logo depois de ter posto a mesa para o almoço. E nunca mais é vista. Ou o caso do homem que saia de casa para tomar ar e bater um papo com o vizinho; e que nunca mais voltou, nem foi encontrado. E aquela bela moça que ia todos os dias para seu trabalho, de trem, até que um belo dia o trem chegou sem ela. E o – por enquanto – mais recente caso que aconteceu há dois anos, no dia 22 de fevereiro, durante o carnaval de Wissbaden, Alemanha. Depois de uma festa, o casal Misfeld voltou para casa de onibus. Quando Wilhelm Misfeld, senhor idoso, aposentado, desceu do onibus e se virou para ajudar a esposa descer, teve um choque: “Ela sumiu, desapareceu como engolida pela terra”, ele disse mais tarde polícia. Desde aquele dia Margarete Misfeld, de 64 anos, ficou desaparecida. Comentário da polícia:
“Era um casamento feliz, sólido, e o casal estava bem de vida. Este caso ‚ um enigma total”.
Alguns dias depois, a imprensa que publicara manchetes estrondosas sobre o desaparecimento – perdeu o interesse. A polícia arquivou o caso na seção de pessoas desaparecidas. Investiguei pessoalmente este caso e sei que Margarete Misfeld voltou tempos depois, na forma de um cadáver boiando no Reno. As autoridades de Wissbaden chegaram à conclusão de que ela planejara suicidar-se e que, naquele dia, escondeu-se do marido no interior do onibus. Ninguem sabe se essa versão é verdadeira. De qualquer forma , serve para mostrar que, na abordagem de qualquer caso de desaparecimento misterioso, devemos conservar uma atitude cética.
A história e a literatura fantástica narram muitos desses casos. Quem não se lembra da aventura do flautista de Hamlin, uma pequena cidade alemã , que no ano de 1284 livrou , o vilarejo de uma praga de ratos? E que, depois de esperar em vão a recompensa prometida pelo prefeito, começou a tocar sua flauta, fazendo-se acompanhar por todas as crianças da cidade, levando-as para uma montanha que se abriu em frente deles e se fechou de novo, depois da última criança entrar?
Mas o ano de 1284 é uma data remota. Temos outros casos, bem mais recentes, descritos em detalhe nos arquivos de várias cidades, com depoimentos assinados por testemunhas juradas. Por exemplo, em Leamington Warwickshire (lnglaterra), em 1813, morava um sapateiro, de nome James Burnes Worson. Era homem honesto e trabalhador que gostava muito de tomar uns tragos nos bares da cidade. Quando jovem, ganhara fama de atleta, correndo longas distancias sem se cansar. Quando, mais tarde, começou a beber demais,
gabava-se de suas proezas dos dias de moço. Certo dia, um amigo, Barham Wise, apostou que ele n o aguentaria ir
e voltar correndo até Coventry, que distava 65 quilometros. Worson aceitou a aposta e imediatamente começou a andar, acompanhado por Wise e mais duas pessoas.
Os primeiros quilometros foram fáceis para Worson, e ele não mostrou sinais de cansaço. Seus amigos seguiam-no numa carruagem, funcionando como uma torcida alegre e barulhenta. De repente, a uma distância de cerca de dez metros, Worson pareceu tropeçar em algo. Ele gritou – um grito alto – e desapareceu. Pareceu cair num buraco
profundo. Mas os amigos aproximaram-se e viram que nenhum buraco existia. Worson simplesmente sumiu e nunca mais voltou ao nosso mundo conhecido.
Outro desaparecimento incompreensível foi o de Charles Ashmore, em I878. Charles tinha dezesseis anos e morava com seus pais e irmã numa fazenda perto de Quincy, Illinois – EUA. A 9 de novembro de 1878, Charles saiu de casa para buscar água no poço. Eram cerca de 9 horas da noite. Meia hora depois, como ele não voltava, a familia estranhou. 0 pai, Christian Ashmore, acendeu uma lanterna e, junto com a filha mais velha, Martha, saiu à procura de Charles. Tinha caído um pouco de neve naquela tarde, e as impressões dos pés de Charles estavam bem nítidas. Chegando ao meio do caminho para o poço, pai e filha pararam, surpresos: o rastro de Charles, na neve, sumia de repente. 0 resto do caminho até o poo estava intocado, branco. Parecia que o rapaz tinha alçado vôo.
Para não estragar o rastro, ambos deram uma volta até chegar ao poço. Lá descobriram outra coisa chocante : a agua do poço estava coberta por uma fina carnada de gelo, obviamente sem ser perturbada há horas. Charles não chegara ao poço. Voltando para casa, notaram que a neve dos dois lados do caminho também estava sem pegadas. Naquela noite Charles não apareceu.
Quatro dias depois, a mãe do rapaz, angustiada, foi ao poço buscar agua. Quando voltou à casa, estava chorando
sem parar e dizia ter ouvido a voz do filho chamando por ela. Com a ajuda dos vizinhos, a familia recomeçou a
procurar Charles. Sem resultado. A imaginação e angustia da mãe poderiam explicar esse fenômeno. Mas, dias
depois, os outros membros da familia e até os vizinhos escutaram a voz de Charles chamando. A partir daí várias
vezes essa voz fez-se ouvir, até desaparecer completamente no
verão seguinte.
Este caso foi muito estudado pelo pesquisador Ambrose Bierce, que anos mais tarde, também sumiu de forma
misteriosa, sem deixar vestígios, quando visitava o México em 1914. Será que também ele, como anteriormente
Worson e Charles Ashmore, desapareceu num “buraco” da terceira dimensão para chegar à quarta dimensão e
depois não conseguiu voltar? Ou será que a ciência moderna é capaz de oferecer uma explicação mais razoável
para tais desaparecimentos?
Existem cientistas de renome que afirmam o seguinte:
“Na meio de nosso mundo visível existem lugares “vazios” , de certa forma “buracos” na estrutura dimensional, por onde seres vivos e objetos podem desaparecer. Isso aconteceu, por exemplo, com navios, aviões e pessoas, no notório Triangulo das Bermudas”.
Tais buracos se abrem e se fecham. São, talvez, portas para uma outra dimensão; onde nossas idéias de comprimento, altura e largura não valem mais. Naquele espaço não existe nada comparável às coisas de nosso mundo, mesmo que fosse possível transcorrer uma existência naquele mundo.
Sobre tais buracos – chamados “buracos negros” – o físico inglês John Taylor diz:
“Quem ultrapassa a fronteira espaço-tempo de um buraco negro abandona para sempre , seu próprio mundo.
A partir daquele momento ninguem mais pode vê-lo, êle desaparece sem que ninguem pereeba . . . “
Um desaparecimento desse tipo – também pode ser efetuado com a ajuda de poderes paranormais conforme
afirma sir Ernest Wallis Budge, uma autoridade nos assuntos do antigo Egito e da Caldéia e que até recentemente
era um dos mais altos funcionários do Museu Britanico. Numa entrevista ao Daily Express, ele explicou:
“Conheci um africano e um hindu que, durante uma conversa, tinham o costume de sumir, como dissolvidos no
ar. Parecia a história do gato em Alice no País das Maravilhas; eles estavam lá; de repente eu ouvia apenas
os seus sorrisos, e depois mais nada! Não se tratava de hipnose, porque eu podia andar sobre o espaço até há
pouco ocupado por eles sem encontrar obstrução. Do mesmo modo, eles ressurgiam, empurrando os presentes,
sem muita cerimonia, enquanto se densificavam novamente”.
Jean Durant, canadense de origem francesa, também tinha o mesmo poder. Dava muitas demonstrações públicas
de desaparecer e reaparecer até que um dia, durante um espetáculo, desapareceu . . . e nunca mais foi visto.
Durant deixava-se trancar numa sala, que era lacrada e vigiada de fora. Ele se desmaterializava no interior de um
cômodo e surgia fisicamente do lado de fora, em frente a seus guardas. De acordo com um relato de Ray Freedy,
em Guide and Ideas (Londres, novembro de 1936), três médicos confirmaram essa capacidade de Durant.
Um certo Williams declarou perante um tribunal que vira Durant desaparecer, olhando através da fechadura do
quarto onde ele estava trancado. Segundo Williams, seu roupão caiu ao chão, vazio. Mas, depois disso, Jean
Durant caiu doente porque, conforme disse, alguem o tinha espionado. Por isso ele exigia, nas suas experiências
feitas perante médicos e policiais, que todos ficassem do lado de fora do quarto, onde aparecia sua forma
materializada. Todas as saídas da sala estavam hermeticamente lacradas e assim permaneciam até a conclusão do
fenomeno.
Finalmente, Durant foi convidado para dar uma demonstração em Chicago. Seus braços e pernas foram
algemados, e a entrada da sala, foi selada. Desta vez, porém, o público esperou em vão. Depois de uma hora, os
guardas abriram a porta. Cordas e algemas estavam no chão, mas Durant sumira de vez.
Conforme o depoimento de alguns médicos, podemos aceitar que, durante as experiências, Durant entrava num estado de transe profundo. Os médicos percebiam, às vezes, momentos antes do seu reaparecimento, uma forte respiração atrás da porta. Respiração de quem se encontra num estado de sono profundo.
Existem ainda casos de pessoas que desaparecem para , anos depois, reaparecerem. 0 dr. Jaseph Lauterer, de Chicago, conta que “durante a dinastia T’ Ang , na China (618 a 807 d.C ), um lenhador encontrou dois homens jogando xadrez na floresta. Antes de terminarem a partida, o lenhador percebeu, com espanto, que o cabo de seu
machado tinha apodrecido. Ele voltou à aldeia, mas encontrou um lugar totalmente diferente . Ninguem o conhecia , e todos lhe eram estranhos. Ele disse seu nome e, consultados os cartórios, descobriu-se que há trezentos anos um lenhador com seu nome saíra da aldeia para nunca mais voltar. Ouvindo isso, o homem começou a tremer sem controle, caiu no chão e morreu”.
Um caso semelhante e contado , no poema Der Munch von Heisterbach, de Wolfgang von Konigswinter
(1816-1873). Um monge de Heisterbach, Alemanha; foi de manha à floresta, para meditar sobre as palavras do
salmo “Porque para ti mil anos são como um dia”. À noite, voltou, ouvindo os sinos da abadia. . Uma pessoa
desconhecida abriu o portão, e ele foi cercado por outros , monges surpresos e desconhecidos. Consultadas as
crônicas do mosteiro, descobriu-se que há alguns séculos um monge, com o mesmo nome sumira misteriosamente
na floresta !
Será realmente possível cair vítíma de uma tal ruptura das dimensões? E, se uma pessoa ou um objeto podem
realrnente sumir de modo inexplicável, sumir de nossa dimensão conhecida para uma outra estranha , não seria
possível para sêres de uma outra dimensão sairem da deles e entrarem na nossa ?
À 22 de dezembro de I955, dois desenhistas, Nilliam Shannon e George Brinsmaid, de Alexandria, Virg¡nia
(EUA), dirigiam-se para o trabalho. Percorriam a grande rodovia Mount Vernon, quando, de rcpente, o
para-brisa do seu carro cstourou, voando pedaços de vidro para todo lado. Dentro do carro, eles encontraram um
peixe de mais ou menos quinze centimetros, totalmente congelado. Um peixe caíra com tanta força que
atravessou o para-brisa. Não havia outros carros, nem aviões, nas proximidades. Mais recentemente, em Long
Beach, Califórnia, um empregado da firma Smith, revendedora de carros usados, estava lavando um automóvel
quando ouviu um som estranho, como se alguem assoviasse nas proximidades. Levantou a cabeça e viu alguns
objetos luminosos caindo em sua direção. Momentos depois, um pedaço de gelo do tamanho de um homem caiu
em cima do carro, espalhando pedaços em todas as direções. Os meteorologos logo acharam uma explicação para
o fenomeno: o pedaço de gelo se desiigara da asa de um avião. Mas as autoridades da aeronáutica negaram esta
possibilidade .
Não menos misterioso é o seguinte caso. Em 7 de fevereiro de l958 , um canhão caiu do céu nos arredorres de
Napoles, Itália. Nele, uma data, I942, e também uma guia e uma cruz. Onde esteve aquele canhão nos dezesseis
anos passados desde a data de sua fabricação.
Quase todos os casos de desaparecimentos inexplicáveis referem-se à pessoas isoladas . Mas existem relatos de
desaparecimentos de grupos inteiros de pessoas que também nunca foram encontradas.
À 3 de março de 1975 , o jornal Al Ahram, o mais importante do Cairo, e a sucursal egípcia da A.ssociated Press
enviaram a todo o mundo a notícia de que um grupo de oitocentos egipcios muçulmanos, em viagem de
peregnnação a Meca, no mês de dezembro, nunea voltaram para casa. 0 grupo inteiro sumiu, sem deixar traços.
Em 1898 desapareceu um grupo de soldados ingleses no Sudão. E , durante uma batalha no fronte noroeste entre a lndia e o Afeganistão aconteceu o mesmo com uma companhia inteira de soldados ingleses nos arredores do Passo Khyber. A brigada de socorro incumbida de procura -los informou apenas que “os rastros dos soldados terminavam de repente ; todos os rastros prosseguiam normalmente para, a um certo ponto, terminarem; nenhum rastro saiu da linha , nem voltou atrás” .
Mas o acontecimento mais inexplicável desse tipo foi o desaparecimento de um regimento inteiro trata-se do
regimento inglês de Norfolk , que sumiu na Primeira Guerra Mundial, em 1915 , durante a luta pelo porto turco de
Galipoli. Segundo testemunhos de muitos veteranos da guerra, que estavam presentes no local, os soldados do
Norfolk estavam travando uma batalha sem tréguas contra as tropas turcas e alemãs no “Morro 60″ , vizinho à
baía de Sufla, perto de Galipoli. Quando raiou o dia, o céu estava , limpo, azul, sem nuvens – como são todos os
dias bonitos naquela região. De repente; de forma completamente inesperada, acima do ” Morro 60″ surgiram
algumas nuvens, cerca de seis ou oito cúmulos, com a forma de pães redondos. Todas elas tinham o mesmo
formato, e cor cinza-clara. Mas, o que era estranho, não mudavam de forma nem de lugar, apesar da leve
brisa que soprava. E tão imóvel quanto as nuvens, flutuava abaixo delas, quase pousada sobre o topo do “Morro
60”, uma massa semelhante, mas de maiores dimensões. Pelos cálculos dos observadores deveria medir cerca de
340 metros de comprimento, 60 de largura, e 60 de altura, e era totalmente opaca, parecendo possuir uma
estrutura sólida. Esse fenomeno se encontrava a mais ou menos 400 metros do campo de batalha, mas dentro da
região ocupada e defendida pelos ingleses. Mais tarde a massa desceu, estendendo-se sobre o leito seco de um rio (o
Kaiack Dere). Nesse mumento, o regimento Norfo!k com seus 3 mil homens estava marchando sobre esse leito,
em direção ao “Morro 60”, com ordens de ajudar os soldados de outro grupo que lá se aohavam.
Aí aconteceu uma coisa inesperada. Quando os soldados chegaram à “nuvem”, eles marcharam sem hesitar,
penetrando no seu interior como se estivessem obedecendo a uma ordem. Nenhum desses homens jamais
saiu de dentro dessa nuvem.
Uma hora depois, a “nuvem” se levantou suavemente do solo, subindo cada vez mais, unindo-se às outras
menores, que “pareciam ervilhas num prato”. Estas outras, que até o momento tinham permanecido imóveis; dirigiram-se simuItanedmente na direçã norte, acompanhadaþ pela outra maior. Mas, como atestaram os presentes, o vento naquele momento soprava na direção sul ! Quer dizer, todas essas “nuvens” movimeritavam-se contra o vento sem a menor dificuldade!
Depois de uns 45 minutos, os misteriosos objetos desapareceram, levando consigo todos os soldados do regimento.
Desde então o Norfolk foi dado como desaparecido – ou destruído – na batalha pelo “Morro 60”. Quando a
Turquia capitulou, em l918, o comando geral inglês exigiu das autoridades turcas esclarecimentos sobre o destino
dos .prisioneiros, ou sua libertação, já que se imaginava que todos tinham sido presos. Mas o governo turco
respondeu nada saber desse regrmento, nem sequer que ele existira. Por sua vez, os outros soldados ingleses
presentes no local afirmaram que o regimento Norfolk nunca fora preso por unidades turcas, pois , nem chegararn
a enfrenta-las !
Hoje em dia, graças às pesquisas de ufologia, pensa-se que a “nuvem” maior, onde os soldados entraram, era um UF0 do tipo nave-mãe, que os atraiu graças a um comando telepático.
A partir desse ponto, temos que nos envolver em questões filosóficas fundamentais, em problemas parapsicológicos e da fisica . E temos que enfrentar as incriveis possibilidades sobre a aproximação entre matéria e espírito. Para explicar esse tipo de fenomeno fala-se muitas vezes da quarta dimensão. Mas essa dimensão em geral, incompreensível para nossas percepções normais, exatamente como certas idéias filosóficas, como as teorias da física nuclear, ou das viagens espaciais que, em teoria, baseiam-se na idéia da “expansão ou transporte no tempo-espaço”.
Tais idéias sobre “espaços mais elevados” são fatos incontestáveis para a maioria dos grandes matemáticos e físicos
do mundo. Já antes de Albert Einstein, existiram Karl Friedrieh Gauss, Johan Heinrich Lambert, Hermann von
HeImhoItz, Bernard Riemann, Henri Poincarée Hermann Minkovski, que cogitaram da existência
de espaços de quatro , cinco, ou mais dimensões. Poincaré , por , exemplo, dizia:
“Não quebrem a cabeça com a questão da quarta dimensão. É absolutamente impossível imaginala, mas mesmo
assim ela existe, e os hiperespaços de sua existência s o fatos incontestáveis”.
Extraido de um texto de Hanns Manfred Heuer – 1978