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sexta-feira, março 29, 2024

Criptozoologia

Monstro do lago Ness

2 de junho de 2018

Monstro do lago Ness

 

O monstro do lago Ness, monstro de Loch Ness, também conhecido simplesmente por Nessie, é um criptídeo aquático que alegadamente foi visto no Loch Ness (Lago Ness), nas Terras Altas da Escócia. A sua existência (ou não) continua a suscitar debate entre os cépticos e os crentes, e é um dos mistérios da criptozoologia.

O monstro de Loch Ness é descrito como uma espécie de serpente ou réptil marinho, semelhante ao plesiossauro, um sauropterígeo pré-histórico.
O primeiro encontro original e testemunhado por várias pessoas aparece descrito na obra literária Vida de São Columbano (também conhecido como Saint Columba), um missionário irlandês que viveu entre 521 e 597 D.C e que se mudou para Escócia. Columbano descreve como salvou um picto que nadava no Rio Ness das garras do monstro em 565 DC enquanto ele trazia um barco para o Santo e os seus seguidores atravessarem o rio e com o enorme poder da sua voz o monstro terá sido repelido pelo Santo. Em outro ponto da obra, o Santo conta que matou um javali com o poder da sua voz, o que levanta questões sobre a credibilidade dos seus relatos, mas o javali pode ter morrido por outra causa enquanto ele gritava, ou simplesmente Columbano usou uma metáfora, como estar usando “Voz” como algo relativo ao povo e usado um exército de pessoas.

O primeiro relato autenticado de avistamento oficial do monstro do Lago Ness, data de 1880, foi debaixo d’água, testemunhado por um mergulhador profissional chamado Duncan MacDonald. Foi-lhe pedido que fosse ao Fort Augustus, perto do Caledonian Canal, procurar o local certo onde havia afundado um navio de carga, por questões do seu seguro – Duncan foi contratado pela seguradora para localizar o navio. Ao descer às profundezas escuras do lago, Diuncan chegou onde se situava o navio afundado, iniciou as suas tarefas. Enquanto examinava a quilha para ver os estragos e trabalhava debaixo do barco, de repente viu que também ali estava uma enorme e estranha criatura, deitada sobre uma grande rocha próxima ao barco. O assustado Duncan fez um sinal brusco para ser içado e recolhido de imediato, ao chegar ao seu barco de apoio com a equipa dele, os colegas acharam-no muito pálido e branco como a cal. Duncan foi retirado da água a tremer, mas depois acalmou-se e disse que enquanto analisava o navio, a certa altura viu um animal muito parecido com um réptil gigante marinho ou como um sapo enorme, que surpreendeu Duncan e quis voltar logo à superfície com medo. Duncan nunca mais fez quaisquer mergulhos no famoso Lago Ness.

 

No século XX – um outro relato é de 1923 – e conta como Alfred Cruickshank avistou uma criatura com cerca de 3 metros de comprimento e dorso arqueado, mas o registo visual que iniciou a popularidade de Nessie data de 2 de Maio de 1933 e foi relatado pelo jornal local Inverness Courier, numa reportagem cheia de sensacionalismo. Na peça conta-se que um casal de hoteleiros viram um monstro aterrorizante a entrar e sair da água, como alguns golfinhos fazem. A notícia gerou sensação e um circo chegou mesmo a oferecer 20.000 libras pela captura da criatura. A esta oferta seguiu-se uma onda de registos visuais que resultaram em 19 de Abril de 1934 na mais famosa fotografia do monstro, tirada pelo cirurgião R.K. Wilson (daí o nome da fotografia, conhecida como Surgeon’s photo). A fotografia circulou pela imprensa mundial como prova absoluta da existência real do monstro.

Décadas depois, em 1994, Marmaduke Wetherell confessou ter falsificado a fotografia enquanto repórter free lancer do Daily Mail em busca de um furo jornalístico. Wetherell afirmou também que decidiu usar o nome do Dr. Wilson como autor para conferir mais credibilidade ao embuste. Quando R.K.Wilson emigrou para a Austrália, este médico entretanto falecido escreveu uma carta ao Daily Mail a revelar que a sua foto era mesmo um embuste com recurso a um submarino de brincar com um pescoço de plástico montado em cima para fazer uma foto do seu suposto “monstro real”.

Em 25 de maio de 2007, Gordon Holmes, um técnico de laboratório de 55 anos de idade, filmou um vídeo que ele diz ser de uma “criatura preta, com cerca de 45 pés de comprimento, movendo-se rapidamente na água”. O vídeo foi estudado por biólogos e sem dúvida trata-se realmente de uma filmagem original de um animal não identificado, no qual as características físicas são mesmo parecidas com as de um plesiossauro, portanto, ainda assim não é considerado uma prova de sua existência. Diz-se que o vídeo está “entre as mais brilhantes aparições do monstro já feitas”. A BBC da Escócia transmitiu o vídeo em 29 de maio de 2007.

Em 2013, o jornal escocês The Scotsman noticiou que o famoso “monstro do lago Ness” não foi avistado em 2013, pela primeira vez em 88 anos. “Nessie” não surgiu à superfície do lago, durante todo o ano de 2013, tal como aconteceu em 1925.
Quase todos os relatos de aparições do monstro descrevem-no à semelhança de um Plesiossauro, um animal parente dos dinossauros extinto desde o Mesozóico. Os plessiossauros eram répteis aquáticos de grandes dimensões, com um pescoço grande em relação à cabeça, que se deslocavam com a ajuda de enormes membros em forma de barbatana. A semelhança com um animal extinto levou alguns criptozoólogos a defender que o monstro de Loch Ness é um plessiossauro que, de alguma forma, sobreviveu à extinção da sua espécie no fim do Cretácico. Os cépticos argumentam com a impossibilidade de um único indivíduo sobreviver 63 milhões de anos e que esta hipótese implica a existência não de um monstro, mas de uma pequena comunidade. Baseado no tamanho do lago e na quantidade de alimento, George Zug, do Smithsonian, calculou que o número de criaturas como Nessie poderia variar de 10 a 20 animais se cada um pesarem cerca de 1500 e chegar até 150 animais de 150 quilos (O que provavelmente não é o caso já que descrevem criaturas enormes).

Cientistas dizem que um Plesiossauro nunca levantaria o pescoço acima d’água, como o monstro supostamente faz. Além disso, o plesiossauro era adaptado ao calor, e não às temperaturas absurdamente baixas do Lago Ness. Baseando-se nisso, um grupo de cientistas criou uma teoria que diz que o monstro é, um dinossauro parente do plesiossauro, que além de nunca ter sido documentado, possuía uma estrutura óssea diferente de seu suposto primo e o corpo adaptado a condições climáticas diferentes, que vivia no Oceano Ártico ou Atlântico. Assim, um grupo dessas criaturas entrou pelo Rio Ness (uma das únicas ligações do lago com o mar) e depois de certo tempo o rio ficou muito raso, e as criaturas não puderam sair, graças ao alimento farto de salmões, enguias e trutas as criaturas se adaptaram à vida no lago. [carece de fontes] Então, “Nessie” provavelmente seria da superordem Sauropterygia.

Outras explicações para os registos visuais sugerem que as testemunhas tenham confundido o monstro com os esturjões que abundam no lago e que, graças à sua estranha aparência, possam ter causado confusão. Há ainda quem relacione os registos visuais com libertação de gases da falha tectónica que modela o lago, que podem chegar à superfície sobre a forma de bolhas.

 

Em Julho de 2003, uma equipe da BBC realizou uma investigação exaustiva na zona, com o fim de determinar de vez a existência ou não do monstro. O lago foi percorrido de uma ponta à outra por mergulhadores e cerca de 600 sonares sem qualquer resultado. A BBC concluiu que o monstro não existe, mas nem isto desalentou os defensores de Nessie.

Grande parte da dificuldade em encontrar ou provar a ausência da criatura é devida à peculiaridade geológica do próprio lago. Ele tem forma estreita, profunda e alongada, com cerca de 37 quilómetros de comprimento, 1,6 quilómetros de largura e uma profundidade máxima de 226 metros. A visibilidade da água é extremamente reduzida devido ao teor de turfa dos solos circundantes, que é trazida para o lago através das redes de drenagem. Pensa-se que o lago Ness tenha sido modelado pelos glaciares (Brasil: geleira) da última era glacial. Além disso, a visibilidade na superfície costuma ser má, o que explica a má qualidade das fotos e a suspeita de que os registos visuais sejam apenas pareidolia. Na Escócia, a média dos últimos 30 anos é de apenas 48 dias de sol por ano.

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