Mistérios do Amapá- Parte 2
O ovo e a linha do Equador
Talvez o ponto turístico considerado mais indispensável pelos que visitam a capital do Estado do Amapá seja o Marco Zero da linha do Equador. Famosíssimo, se constitui na forma de um imponente obelisco que, para alguns, possui um estilo artístico militarizado demais, com sua linha vertical verde e amarela, que se completa no chão, como se fosse sua sombra.
Visitando o local, não se pode esquecer de levar um ovo. A lenda é que você pode colocar o ovo em pé equilibrado estando ele exatamente na linha do Equador terrestre, ali precisamente demarcada. Algumas pessoas, graças a facilidade atual da tecnologia portátil, se utilizam de aparelhos de GPS para se certificarem da exata localização do monumento. Para os mais exigentes, alguns guias de turismo locais recomendam visitar o local no dia do Equinócio, quando a sombra do sol está precisamente em cima da linha do Equador. A opinião científica se divide sobre se a física poderia explicar o motivo do ovo ficar equilibrado nesse ponto da Terra, porém, alguns se valem da “força de Coriólis”, que ocorreria influenciando a rotação do planeta e que é comprovada facilmente. Se você estiver hospedado do lado ao Sul da linha do Equador, poderá observar em que direção o redemoinho de água da pia do banheiro gira. Permita-se almoçar em algum restaurante que está ao norte do marco zero e vá na pia do banheiro. Você perceberá que o redemoinho da pia terá sua rotação invertida se comparada à que você viu ao sul. Tudo graças à “força de Coriólis”.
Mas, estando no Marco Zero, dê uma esticada até o Estádio Zerão, não distante dali. A linha do meio do campo também está exatamente sobre a linha do equador terrestre. Inusitado, não?
A Stonehenge da Amazônia.
Já passamos por pontos misteriosos do Amapá que agradariam os que tem gostos pelo paranormal e por algo mais cientificamente e emocionalmente mais ameno. Para os que fazem o estilo arqueólogo e sonha em conhecer os vestígios de uma misteriosa humanidade sábia do passado, um ponto para visitação é um curioso achado arqueológico do estado.
Acreditamos que nos próximos anos, o Estado do Amapá possa passar a oferecer ao público geral, a permissão de abrir para visitação seus sítios arqueológicos. O mais recente deles, e também o mais curioso, talvez seja o conjunto de megalitos encontrado em Caçoene, a 374 quilômetros de Macapá. De tão expressivo, chegou a ser comparado ao conjunto de megalitos ingleses de Stonehenge. Até o fechamento desse livro, o local ainda pode ser considerado inóspito demais e sem condições de receber grupos de visitantes nas proximidades. Enquanto para alguns mais acadêmicos, o local se mostraria convidativo somente pela disposição das rochas, para os mais espiritualistas, também há história de fantasmas, sobretudo quando se comprovou que a estrutura milenar também servia para rituais fúnebres, tendo por sua vizinhança antiquíssimos cemitérios indígenas. O complexo não é tão simples como se possa pensar à primeira vista. É formado por cerca de 125 rochas distribuídas no topo de uma pequena colina. O círculo principal tem 30 metros de diâmetro, com algumas pedras possuindo altura de quatro metros. O destaque fica para um dos blocos que marcaria o solstício de inverno, que é o dia mais curto do ano, através do Sol, que nessa data ficaria diretamente sobre o monólito, não formando sua sombra.
Este é apenas um dos muitos sítios arqueológicos encontrados e estudados no território do Amapá, sendo, inclusive alguns deles encontrados em plena capital Macapá.